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Duas Bloggers, Duas Histórias, Uma Doença : A Anorexia.

Duas bloggers, irmãs na doença, juntaram-se num só blog para contarem as suas vitórias. O nosso objectivo será sempre ajudar (se possível) quem esteja a passar por esta doença... a anorexia!

Vocês perguntam. Nós respondemos.

Vamos iniciar hoje esta rubrica na qual vamos responder a perguntas que nos forem colocadas pelos nossos leitores. A primeira pessoa que nos colocou perguntas foi a Chic'Ana pelo que nos parece justo que sejam as primeiras a serem respondidas. Pensamos muito bem em qual seria a melhor forma de respondermos às questões uma vez que cada uma de nós teve um percurso diferente. Acabamos por concordar em respondermos ambas a cada uma das perguntas. Esperamos que assim vos seja possível perceber as nossas diferentes experiências. 

 

 

P: Gostava de vos perguntar, o que vos fez sair da doença, tiveram algum tipo de aconselhamento e acompanhamento especializado? Ou conseguiram com força de vontade e apoio dos familiares e amigos?

 

Catarina: No meu caso foi um pouco de ambas. Tive acompanhamento especializado, não só eu, como toda a família. A anorexia nervosa é uma doença que transtorna muito todos os que nos são chegados e por esse motivo os médicos promovem sessões de terapia familiar. Para além disso tive consultas de psiquiatria, psicologia, nutricionista. Passei também por um internamento de dois meses.

Este apoio especializado aliado ao apoio dos familiares e principalmente à minha força de vontade foram as armas para a vitória.

 

Vânia: Não posso dizer que tenha tido propriamente "apoio especializado" até porque aqui na minha zona (já disse que sou campónia) os médicos não estavam preparados para lidar com este tipo de doenças. Tive somente consultas semanais na médica de família onde era constantemente pesada, medida, analisada e claro, onde me receitavam vitaminas e onde me tentavam sempre assustar de alguma forma - por norma, ameaçando o internamento. Somente quando tinha dias mais complicados é que "visitava" o hospital e mais tarde tive o apoio de uma nutricionista. 

No meu caso, o principal foi a família e amigos. Devo-lhes a vida.

O que mais me marcou foi ter sempre a minha mãe e avó a telefonarem-me constantemente quando estava na escola e as minhas amigas a levarem-me aos meus locais preferidos para comer. Ainda me recordo dos primeiros telefonemas da minha avó a implorar que comesse. Foi a partir daí que as coisas mudaram.  



P: Também tenho curiosidade sobre: quando é que uma pessoa sabe que está doente? Que não passa de uma "mania de gordura" e evolui para algo mais sério? Quando se dá essa transição?

 

Catarina: Sinceramente não sei quando é que se dá essa transição e é isso que faz com esta doença seja tão assustadora. A minha mãe percebeu que eu estava doente muito antes de mim. Aliás eu levei demasiado tempo a perceber que estava doente. Pensava que estava a fazer uma dieta como quase todas as pessoas fazem. O problema é que o que a balança marcava nunca correspondia ao que eu via no espelho pelo que queria sempre perder um pouco mais.

 

Vânia: Eu acho que nós não sabemos. Nós não queremos sequer saber. A família é que poderá ver isso porque o doente não. Não sei explicar... Eu nunca achei que estava doente. A minha mãe é que um dia me viu a entrar no banho e pegou em mim levando-me à médica pois percebeu que algo estava errado . 

É fácil esconder, até um certo ponto. Eu usava roupas muito largas. Não sei se para esconder o que estava a fazer, se porque achava que vestia aqueles números, se simplesmente por gostar. Não sei. Passava pouco tempo em casa porque haviam dias em que saia tarde das aulas e outros inventava que tinha de fazer algum tipo de trabalho. Saltava as refeições assim. É uma doença confusa. A pessoa quer emagrecer,está a emagrecer mas não se vê a emagrecer. 

 

Esperemos que as nossas respostas tenham esclarecido as questões abordadas pela Chic'Ana. Na próxima rubrica vamos responder à questão colocada pela coisas do mundo Pink Poison.

Fiquem atentos e por favor vão contribuindo com mais questões através de comentários ou de mensagens privadas.

Beijinhos,

Catarina e Vânia

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